Desde a fusão entre os grupos Sadia e Perdigão, que teve início em 2009 e se consolidou em 2013, as representações de trabalhadores da alimentação vêm realizando uma série de tratativas, discussões, mesas de negociações e debates com representantes da multinacional brasileira – tudo para salvaguardar e garantir os direitos dos trabalhadores, inclusive a PLR – Participação nos Lucros e Resultados. Maior abatedora de aves do mundo, com mais de 100.000 empregados, a partir de 2019 a BRF intensificou suas ações de exportação, o que coincidiu com a posterior pandemia do coronavirus. O cenário, então, ficou ainda mais frágil para os trabalhadores – que não pararam durante a pandemia, executando suas funções em ambientes contaminantes, exercendo atividade essencial, com ritmo crescente e o enrijecimento da gestão da empresa, que adotou novas práticas administrativas.
Preocupados com a situação, a CNTA – Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins, juntamente com a CONTAC – Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação da CUT e com o apoio da UITA – União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação, uniram-se para exigir da BRF mais cuidado e atenção para com seus trabalhadores, com a manutenção e ampliação de direitos, além de um aprofundamento na discussão sobre a PLR, que é uma conquista do movimento sindical e que não pode ser negligenciada. Empresa de capital aberto e que divulga constantes e astronômicos lucros, ampliando seus negócios, a BRF parece querer restringir o repasse das participações para os empregados.
Na tarde de ontem (14), os presidentes da CONTAC e da CNTA, Nelson Morelli e Artur Bueno de Camargo, a vice-presidenta da FETIASP – Federação dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação do Estado de SP, Neuza Barbosa de Lima, assim como representantes de federações e de sindicatos da alimentação de boa parte do país, estiveram reunidos com representantes da BRF, Renato Fortes, Gerente de Relações Trabalhistas e Sindicais da BRF; Vanderli Hausmann. Negociadora Sindical na BRF; e Natacha Jordana de Lima, Especialista em Remuneração Estratégica e Societária na BRF. O debate, que durou quase três horas, resultou no compromisso do grupo representante da BRF da redação de um novo acordo a ser apresentado no início do mês que vem, com projeções sobre ganhos e benefícios aos trabalhadores.
As entidades sindicais seguem alertas e trabalhando muito para que grandes grupos não se aproveitem do atual momento de crise sanitária, econômica e política para prejudicar os trabalhadores. “Apesar de vários problemas e questões ainda não resolvidas nos últimos anos, a BRF tem se mostrada aberta ao diálogo e aos nossos questionamentos. Esperamos ter, em breve, boas novas para comunicar aos trabalhadores da empresa”, diz Artur Bueno de Camargo, da CNTA.
Legendas:
ACIMA – Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA
COLUNA 1 – Nelson Morelli (Contac CUT); Artur Bueno Júnior (CNTA); José Modelski (Contac CUT).
COLUNA 2 – Debate; Abner Silva, advogado, e Elisier Leite, vice-presidente do Sind. Alimentação de Rio Claro; Debate.
COLUNA 3 – Paulo Madeira – Presidente da FTIA-RS; 14 – Moaby Caetano e Humberto de Barros Ferreira, do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Uberlândia; Reunião.
COLUNA 4 – Renato Fortes, Gerente de Relações Trabalhistas e Sindicais da BRF; Neuza Lima, Vice-Presidenta da FETIASP; Reunião.
COLUNA 5 – Debates.