Embargo da UE: Força-tarefa será criada com participação da CNTA

Com a integração de ministérios, governo intensificará esforços em busca da recuperação econômica e manutenção dos empregos no setor frigorífico

A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA) participou nessa sexta (11/5) da terceira audiência de mediação do Ministério do Trabalho em busca de garantias de emprego aos trabalhadores dos 20 frigoríficos descredenciados para exportações de frango pela União Europeia (UE). Para evitar demissões, um rodízio de férias coletivas será implantado nas unidades embargadas. Uma força-tarefa envolvendo os ministérios do Trabalho; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; da Indústria, Comércio Exterior e Serviços; e a Casa Civil da Presidência da República será criada, com participação da CNTA e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Representante de aproximadamente 110 mil trabalhadores da BRF, principal empresa atingida pelos embargos da UE, com 12 plantas descredenciadas, a CNTA defendeu a criação de um comitê tripartite para discutir ações permanentes. Na ocasião, o presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo, ressaltou que a crise atual diz respeito à má gestão das empresas e cobrou o compromisso da iniciativa privada para com seus trabalhadores.

“Nossa preocupação não é só com a questão da manutenção dos empregos, mas também com as condições em que os trabalhadores estão desenvolvendo atualmente suas atividades diante desta conjuntura. Os trabalhadores que não estão de férias coletivas trabalham ainda mais vulneráveis a acidentes de trabalho e doenças ocupacionais na eminência da perda de seus empregos”, afirma.

“Acho importante criarmos um comitê para debatermos ações preventivas. Esta situação enfrentada hoje pelo setor não é a primeira e não será a última. Sabemos como é a disputa de mercado e o que acontece, ocasionando estes tipos de questões. Queremos partir para a prática e sair daqui com uma mensagem que possa tranquilizar os trabalhadores”, defendeu Bueno.

O governo abordou a importância do setor para a economia brasileira e a preocupação com os reflexos econômicos e sociais ao defender a união de esforços para a recuperação do setor. Também expôs como alternativas emergenciais a busca de novos mercados e a realização de uma campanha de valorização da carne brasileira. Já a CNI propôs a concessão de férias coletivas “alternadas”, em uma espécie de rodízio entre as unidades barradas pela UE como forma de evitar demissões. Participaram ainda do encontro a BRF e lideranças sindicais que representam os trabalhadores no Estado de Santa Catarina.


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