A norte-americana Cargill, que possui diversas plantas pelo Brasil, tenta impor a todo custo a nova lei trabalhista numa de suas plantas, na cidade de Itapira, interior de São Paulo. A denúncia é de Artur Bueno de Camargo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimentação (CNTA), em entrevista à Rádio Web Agência Sindical. O dirigente informa: “A empresa quer fazer ela mesma as homologações dos trabalhadores, implantar banco de horas e não pagar o tempo de deslocamento do empregado, chamado de horas in itinere, entre outros absurdos. E tudo isso sem qualquer diálogo com o Sindicato”. Segundo Artur, “a Confederação já acionou a União Internacional dos Trabalhadores na Alimentação (UITA), que denunciou essas ações para a direção da Cargill nos EUA”. O sindicalista também denuncia práticas antissindicais na multinacional. “Não poderia ser diferente, vindo de um grupo americano. Eles dizem aos trabalhadores que não há necessidade de participação do Sindicato em nenhuma decisão, que a nova lei acabou com essa exigência. E isso é crime”, afirma. Artur ressalta que a CNTA está tomando as providências cabíveis. “Já acionamos a UITA. Esse tipo de atitude será sempre repudiada e combatida”, enfatiza. Ele continua: “Nós optamos primeiro por fazer uma pressão política. Caso não surta efeito, entraremos com ações jurídicas. Vamos acionar o Ministério Público do Trabalho, além de denunciar a empresa na Organização Internacional do Trabalho”. A Agência Sindical também ouviu José Emílio Contessotto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Itapira, que relatou a prática de várias irregularidades. O dirigente conta que, apesar dos abusos da Cargill, a mobilização do Sindicato conseguiu barrar a imposição do banco de horas. “Mas os ataques não param por aí. A empresa tenta ignorar a existência da entidade que representa os trabalhadores”. Emílio informa que, dos cerca de 300 funcionários da empresa, mais de 40% são sindicalizados. Fonte: Agência Sindical