Lamentavelmente, mais uma vez a CNTA, confederação que representa os trabalhadores nas indústrias de alimentação, se solidariza com trabalhadores submetidos a regime de trabalho análogo à escravidão. Desta vez, sete sete trabalhadores baianos, três mulheres e quatro homens, regimentados para trabalhar em uma lavoura de café em Minas Gerais, em julho de 2022, na fazenda Klem Importação e Exportação de Cafés, em Manhumirim, na Zona da Mata.
O desvendamento e constatação do trabalho análogo ao escravo foi uma ação dos agentes fiscais do MTE. É impensável que a Fazenda Klem tenha sido considerada um exemplo de produção com sustentabilidade por por uma ONG internacional, que conferiu a ela um selo de qualidade na produção de café.
O proprietário da fazenda Klem, que submeteu trabalhadores àquelas condições, disse que tudo não passava de uma narrativa criada por trabalhadores que invadiram sua fazenda. Disse ainda que se nada for feito, a esquerda vai destruir o agronegócio. Este sujeito não tem um pingo de vergonha na cara! Combater trabalho escavo e fazer cumprir as leis é um dever de todos, independente de sua ideologia.
Quando o senhor Cesar Viana Klem, dono da fazenda, em audiência no MTE, concordou, após o resgate dos trabalhadores, a indenizá-los para que retornassem ao estado da Bahia, ele reconheceu que o fato de haver trabalho análogo à escravidão em sua propriedade.
Não deixaremos de tratar com a seriedade que o assunto merece, queremos, em nome da CNTA, repudiar mais este episódio, que seja o último trabalho análogo à escravidão, não só na lavoura de café, mas em todas as atividades que envolvam mão de obra de trabalhadores e trabalhadoras.
Artur Bueno de Camargo – Presidente