ARTUR BUENO DE CAMARGO – PRESIDENTE DA CNTA
Não posso acreditar que o ser humano deixe de se indignar com a espiral de violência do mundo atual. No meu caso, confesso que esta indignação está levando ao sentimento de impotência, por tão pouco poder fazer para mudar este quadro terrível.
Para ficar com os crimes violentos no Brasil, reporto o assassinato de três médicos, com um ferido, num quiosque em plena praia na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio de Janeiro, no último dia 5. No mesmo dia, ocorreu uma chacina em Jequié-BA, onde homens armados invadiram e mataram seis pessoas da mesma família, sendo uma criança de cinco anos, dois homens e três mulheres, uma delas grávida de nove meses.
Todas estas vidas interrompidas, mesmo que por ação de criminosos, envolveram a omissão do próprio Estado. Não devemos ficar tentando adivinhar os motivos ou buscar justificativas, mas sim exigir daqueles que foram eleitos o cumprimento da nossa Constituição Federal. Constituição que, dentre outros direitos, se propõe a oferecer segurança a todas as pessoas, independente de sua classe social.
Sempre parto do princípio de que não existem motivos que justifiquem um ser humano tirar a vida de outro. E se os representantes dos poderes, seja Legislativo ou Executivo, não estão defendendo e implantando políticas eficientes – capazes de impedir barbáries –, precisamos rever as escolhas de nossos representantes.
Não vamos deixar de nos indignar com a violência e os crimes cometidos, pois enquanto houver indignação e compaixão pelas vítimas, existirá esperança de um mundo mais humano e fraterno. Nossa solidariedade a todos e a todas as vítimas de crimes, e da violência atual.