A medida pode ser a primeira grande decisão a ser fechada conjuntamente pelo ministro do Fazenda, Eduardo Guardia, e pelo ministro do Planejamento, Esteves Colnago. O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, também participa das conversas. Os três foram convocados nesta quarta-feira (2/5) pelo presidente Michel Temer para uma reunião no Palácio da Alvorada, que também contou com a presença do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha
O martelo ainda não foi batido acerca do valor. Mas articuladores do governo apontam para uma capitalização na ordem de R$ 10 bilhões. Em janeiro deste ano, Temer sancionou uma lei que possibilita a capitalização da Caixa com a utilização de recursos do FGTS, desde que tenha autorização do Conselho Curador do fundo. A medida, no entanto, encontrou resistência da antiga equipe econômica, sobretudo da Fazenda, então sob o comando de Henrique Meirelles, agora pré-candidato à Presidência da República.
À época, a expectativa era de utilizar R$ 15 bilhões para capitalizar a Caixa. As discussões se estagnaram, mas voltaram à tona agora. Não é para menos. Os problemas de capitalização, além do congelamento de taxas de juros do crédito imobiliário, levaram a instituição a perder a liderança no financiamento habitacional com recursos da poupança para Bradesco e Santander.
O ritmo abaixo do esperado do processo de recuperação econômica tem dificultado o crédito imobiliário de deslanchar. Os recursos são importantes para garantir o financiamento da casa própria em imóveis próprios, bem como para programas de infraestrutura e do Minha Casa, Minha Vida. O aporte no setor é fundamental também para favorecer empregos na construção civil, uma das atividades que mais emprega mão de obra.
A expectativa do governo é bater o martelo o quanto antes. Até como ferramenta para incrementar a agenda positiva de Temer, que mira na medida a possibilidade de reduzir a rejeição junto aos eleitores. Para o setor, a possibilidade de capitalização da Caixa é igualmente positiva, avalia o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins. “Todo dinheiro é bem vindo”, ponderou. Ele admite que a medida pode favorecer programas como Minha Casa, Minha Vida, e obras de infraestrutura.
Fonte: Correio Braziliense