Em assembleia realizada nesta terça-feira (27), os trabalhadores da unidade da Nestlé de Cordeirópolis-SP aprovaram Acordo Coletivo, que determina pagamento de uma PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 6 mil, mais um salário de cada trabalhador. O Kit de Natal, que havia “sumido” nos últimos acordos, volta este ano após dura intervenção sindical.

“Foi uma vitória importante dos companheiros. A negociação da PLR está muito difícil, pois toda empresa acaba alegando crise neste momento”, apontou o presidente interino da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA) e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Limeira e Região (STIAL), Artur Bueno Júnior.

Os empregados ainda terão reajuste salarial de 4%, o que aumentou o piso a R$ 1.692,80. A Ajuda Alimentação mensal foi elevada a R$ 680,00, sendo que em dezembro os trabalhadores receberão R$ 1.360,00. As propostas foram aprovadas por 203 votos a 3, e o apoio dos trabalhadores foi importante para barrar a empresa na aplicação da Reforma Trabalhista.

“Os companheiros precisam entender este jogo de forças. A Reforma Trabalhista deu muito poder ao Patronal para avançar sobre os direitos. Vencemos a maioria das batalhas, e devemos continuar mobilizados”, explicou Júnior.

Além da PLR e do KIT de Natal, o sindicato conseguiu manter itens importantes do Acordo Coletivo, como o adicional noturno de 70% sobre o salário, e o pagamento de 90% sobre as horas-extras (duas primeiras horas), valor que sobe para 100% nas horas seguintes. O Acordo Coletivo negociado pelo Stial ainda manteve o Adicional por Tempo de Serviço, e a Ajuda Medicamento com 90% de cobertura de gastos, para empregados contratados até 30 de novembro deste ano. Os futuros contratados terão 60% dos gastos com remédios pagos pela empresa, tanto trabalhadores como seus dependentes.

A negociação teve coordenação, a nível estadual, da Fetiasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo).

CONTRIBUIÇÃO

Ao final, os trabalhadores da Nestlé aprovaram com maioria absoluta a manutenção da contribuição para o financiamento sindical. “De olho no avanço da empresa sobre os direitos, os companheiros entenderam a necessidade de fortalecer o sindicato. Eles repudiaram a posição da Nestlé, que estava dificultando o repasse da contribuição, em desrespeito à decisão da assembleia da categoria”, emendou o sindicalista.

O Stial ajuizou uma ação contra a recusa do repasse, pela empresa. Após vitória na Justiça do Trabalho em Limeira, o caso aguarda decisão do Tribunal Regional do Trabalho, em Campinas, onde a Nestlé recorreu. “Agora temos que aguardar”, finalizou Júnior.

 

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