Confesso que ao ler a notícia de que a taxa de correção para empréstimos consignados aos aposentados e pensionistas do INSS seria reduzida de 2,14% para 1,70% ao mês. Embora ainda a tenha considerado alta, já que se trata de um empréstimo em que não há nenhum risco, também achei animadora a iniciativa de buscar uma condição razoável para aqueles que mais precisam: os aposentados e pensionistas que não tem outra renda e que, em sua maioria, buscam empréstimos para cobrir algumas de suas necessidades.
Quando os bancos privados (que demonstraram uma espécie de formação de cartel quando lidaram com o tema) suspenderam os referidos empréstimos, torci muito para que os bancos estatais, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, apoiados financeiramente pelo BNDES, enfrentassem este monopólio financeiro privado ganancioso.
Em nome da CNTA, quero repudiar estes banqueiros que, mesmo diante de uma das maiores crises que o país e a sociedade já enfrentaram, não têm o mínimo de sensibilidade humana para renunciar parte de seus exorbitantes lucros em prol de atender as necessidades básicas de grande parte da sociedade brasileira.
Infelizmente, não foi desta vez que o governo decidiu enfrentar os poderosos banqueiros e quebrar este cartel; não vou crucificá-lo por ter negociado uma taxa intermediária de 1,97% ao mês.
Em relação a este limite para o teto no crédito consignado, penso que somente os bancos estatais podem proporcionar um percentual menor de juros, dentro de sua margem possível, porque os bancos privados, com certeza não o farão.
Para finalizar, quero emitir a minha opinião referente à uma matéria em que o Ministro da Previdência, Carlos Lupi, disse que errou ao reduzir o teto dos juros de 2,14% ao mês, passando para 1,70%. Ele se desculpa. Na minha modesta opinião, o Ministro não errou, ao contrário, deu início à prática de uma política com senso de razoabilidade, para corrigir os absurdos praticados pelo setor financeiro.
Artur Bueno de Camargo – Presidente