Auditores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgataram 19 trabalhadores encontrados em situação degradante em uma colheita de café na região de Alto São Francisco, em Minas Gerais. No total, os representantes do MTE aplicaram 25 infrações ao responsável pela propriedade rural, localizada no município de Córrego Danta.
O empregador foi autuado para pagar as rescisões dos contratos, no valor de R$ 70 mil, e depositar o valor do FGTS. Ele também foi obrigado a garantir o retorno dos trabalhadores a suas cidades de origem, na Bahia.
As pessoas resgatadas foram recrutadas pelos chamados “gatos” (nome dado a profissionais que fazem a intermediação de força de trabalho), que prometeram o serviço e a restituição do valor da viagem, cerca de R$ 200. Os trabalhadores aderiram sem informações sobre as atividades, as condições, a forma de remuneração e a contratação. Todos foram admitidos sem carteira assinada.
O local da colheita não tinha banheiros. A água disponível era apenas a de uma nascente. As refeições eram preparadas pelos próprios trabalhadores e tinham que ser consumidas no chão. A jornada não tinha controle e o trabalho era organizado pelo que era produzido por cada trabalhador, resultando em pagamentos ao fim de cada semana.
O alojamento não era equipado com camas nem roupas de cama suficientes. A comida e materiais de limpeza eram comprados em um comércio a 20 quilômetros da fazenda na forma de crédito, que seria abatido dos pagamentos. A dívida do grupo havia ultrapassado os R$ 7 mil.
Fonte: Agência Brasil