É de conhecimento geral que os trabalhadores nos frigoríficos exercem suas funções em contato com frio, umidade; agentes biológicos e físicos, excrementos, vísceras e resíduos animais; dificuldades ergonômicas; pressões psicológicas, entre outros fatores que tornam o ambiente altamente insalubre e adoecedor. Não é por acaso, é o setor que tem um dos maiores índices de acidentes e doenças de trabalhadores no país. As representações sindicais dos trabalhadores em frigoríficos lutam incansavelmente por melhores condições desde sempre e, agora, unem-se para um dos avanços mais significativos para o setor: a redução da jornada de trabalho. O Projeto de Lei é de autoria do Deputado Federal Alexandre Lindenmeyer (PT/RS) e foi discutido, ontem (13), com dirigentes da CNTA, da CONTAC – Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação da CUT e da UITA – União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação, assim como representantes de federações e sindicatos do setor, na CTRAB – Comissão de Trabalho.  A proposta acrescenta artigo à CLT para alterar a jornada de trabalho dos empregados nas indústrias de abate, fabricação e processamento de carnes e derivados, de 44 para 40 horas semanais.

Representantes sindicais com o deputado Alexandre Lindenmeyer.

“São mais de 500 mil trabalhadores no setor de frigoríficos no Brasil, exercendo um trabalho exaustivo, muitas vezes em baixíssimas temperaturas, que produzem boa parte do alimento consumido no país e no mundo, e que merecem nossa atenção e cuidado”, diz Artur Bueno Júnior, vice-presidente da CNTA. “Parabenizamos a iniciativa do deputado e consideramos que essa reivindicação pela redução da jornada de trabalho é histórica e todos os esforços serão envidados para que ela prospere!”

O projeto, no momento, teve aprovação de requerimento para a realização de audiências públicas sobre o tema.