A CNTA – Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação e a UITA – União Internacional dos Trabalhadores, encaminharam, em conjunto, um ofício para a ÚNICA – União da Indústria de Cana de Açúcar e Bionergia, maior organização representativa do setor de açúcar, etanol e bioenergia do Brasil, sobre a onda de queimadas que estão acontecendo no país e as condições de trabalho dos empregados no combate a esses incêndios.
O ofício cita dados preocupantes do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais: de 1º de janeiro a 26 de agosto deste ano, foram registrados 109.943 focos de incêndio em todo o País; um aumento de 78% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 61.720 casos.
Os prejuízos decorrentes das queimadas em canaviais, em especial no estado de São Paulo, foram inicialmente estimados em R$ 350 milhões, com o fogo atingindo mais de 1% das lavouras paulistas, de acordo com avaliação da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana). Mas o prejuízo é também do trabalhador que combate esses incêndios.
“Sabemos que fogo nos canaviais é prejuízo para as Usinas, compromete a operação, interrompe a colheita da cana, traz impactos ao meio ambiente e à saúde da população, mas também coloca em risco a vida dos trabalhadores que combatem os incêndios. Queremos debater e reforçar os protocolos e ações na proteção destes trabalhadores que estão na linha de frente”, diz Artur Bueno Júnior, presidente da CNTA.
Nos incêndios ocorridos na penúltima semana de agosto foram registrados vários casos de trabalhadores feridos no combate ao fogo. No dia 23 de agosto de 2024, dois funcionários de uma usina em Urupês, na região metropolitana de São José do Rio Preto, morreram ao tentar combater um incêndio. Um trabalhador do sudoeste de Goiás também morreu nas mesmas circunstâncias.
A reunião solicitada pela CNTA e UITA é em caráter de urgência. As usinas associadas à ÚNICA são responsáveis por mais de 53% da produção nacional de cana e quase 70% da bioeletricidade do SIN – Sistema Interligado Nacional.