Andre Montanher

O presidente da CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins), Artur Bueno de Camargo, esteve no Rio de Janeiro-RJ na semana passada, para o chamado G20 Social – evento aberto a representantes da sociedade civil, que precedeu o encontro de líderes mundiais do G20.

Artur participou na condição de representante da Bancada de Trabalhadores do Conselho Nacional do Sesi, cargo que ocupa por indicação da NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores). O presidente do Conselho Nacional do Sesi, Fausto Augusto Júnior, participou da mesa de debates em dois painéis. 

“O Movimento Sindical não poderia ficar de fora deste processo. Os temas propostos no evento só poderão ser implantados se, na ponta, houver ação unificada das representações da Classe Trabalhadora e da sociedade civil”, apontou o dirigente.

O G20 reúne os 20 países de maior economia – 85% do PIB mundial. Com foco na melhoria da Governança e a defesa do Meio Ambiente, nesta edição (sob presidência do Brasil), o grupo passou a destacar o Combate da Desigualdade e da Pobreza – no encontro do Rio, a Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza agregou 82 países e R$ 145 bilhões, que serão reunidos num fundo com este objetivo.

PROGRAMAÇÃO

A cerimônia de abertura ocorreu na quinta (14), com a presença do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República,  Márcio Macêdo, da primeira-dama Janja da Silva, do ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da ministra da Cultura Margareth Menezes, além de outras autoridades.

Na sexta (15) foram três plenárias. A primeira, dedicada a debater o combate à fome, à pobreza e às desigualdades, reuniu o ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, além de Nosipho Nausca-Jean Jezile, representante permanente da África do Sul junto à FAO.

A segunda plenária focou a sustentabilidade, mudança do clima e transição justa, tendo como debatedores Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Laurence Tubiana, da França, economista, diplomata e negociadora-chefe do Acordo de Paris e Adriana Marcolino, representante da Sociedade Civil Brasileira e Diretora Técnica do Dieese.

A terceira plenária discutiu a reforma da governança global, com nomes como Celso Amorim, assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, Yildiz Temürtürkan, da Turquia, coordenadora internacional da Marcha Mundial das Mulheres, o escritor coreano Ha Joon Chang, economista, professor e autor do best-seller internacional “Chutando a Escada”.

Artur destacou as discussões sobre a Nova Indústria Brasil, programa do Governo Federal que tem o objetivo de retomar a industrialização nacional. “Este tema está em evidência no mundo inteiro, como o evento mostrou”, opinou.

CARTA FINAL E ENCERRAMENTO

No sábado (16), os participantes do G20 Social ouviram a leitura do texto final do documento, entregue ao presidente Lula durante a cerimônia de encerramento. O momento teve a presença de Tawakkol Karman, Prêmio Nobel da Paz em 2011, além de outras autoridades e representações civis.

“Lula levou o texto final para o encontro dos presidentes (18 e 19). Ele reafirmou a importância de uma taxação de tributos sobre os super-ricos, para financiar o combate à fome, e disse que o tema deve acompanhar as outras edições do G20”, apontou Artur Bueno.

Agora, Artur ressalta a importância de um grande evento que reúna as representações coletivas da Classe Trabalhadora, “objetivando uma Pauta Nacional para promover ações de mobilizações e o fortalecimento das entidades”. “Com representações fortes dos trabalhadores, as pautas sociais terão maior respaldo. É preciso também resolver o financiamento do Movimento Sindical, e obter condições de fazer uma luta estruturada”, finalizou.