No início do período eleitoral, o Fórum das Centrais Sindicais divulgou um material, que pode ser baixado acima, alertando para o crime de Coação Eleitoral, que é quando patrões, empregados com cargos de chefia dentro de empresas ou mesmo contratantes diretos dos mais diversos tipos pressionam os trabalhadores, de maneira direta ou indireta, para que votem em um candidato específico. O material cita o direito constitucional ao voto direto e secreto, de igual valor para todos os eleitores, e que ninguém pode se sentir obrigado a votar em candidato que não seja de sua livre e espontânea escolha. A prática de coação política é crime e a melhor maneira de denunciar é procurando seu sindicato.

Agora, depois da vitória de Lula no primeiro turno, com mais de seis milhões de votos sobre seu adversário, Bolsonaro, as práticas de coação estão crescendo exponencialmente, com casos que chegam até a fornecedores das empresas. Apenas no primeiro dia útil após o primeiro turno, três casos chegaram ao Ministério Público do Trabalho e à Defensoria Pública da União; na terça, foram mais dois casos. Nas redes sociais pululam vídeos de patrões ou chefes de departamentos em empresas ameaçando demissão, fechamento de unidades ou redução de salário caso Lula seja eleito.

“É mais um absurdo que vem à reboque desse governo”, diz Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA – Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação. “É uma falta total de respeito para escolhas individuais das pessoas, uma imposição que pressiona pelo lado financeiro, fazendo a pessoa pensar em optar pelo candidato do patrão com medo de perder o emprego. É uma prática que mostra como o capital usa de seu poder para alcançar o que quer, independente de qualquer coisa. Desprezível!”, conclui.

A CNTA repudia tal procedimento, está tomando providência sobre casos que chegaram até a entidade, e conclama a todos os trabalhadores que sofrerem tal abuso que procurem seu sindicato para o direcionamento das denúncias junto ao MPT e o acompanhamento dos processos de apuração. Lembrando que o voto é livre, único, soberano e secreto, direito inalienável de todo cidadão brasileiro.