Reunidas em assembleia com os empregados da unidade da DPA (Nestlé/Fonterra) de Araras-SP, entidades representativas dos trabalhadores debateram a falta de transparência do processo de compra daquela unidade (a Lactalis também deve adquirir a unidade da DPA de Garanhuns-PE).
Elas querem uma reunião com a direção da empresa, e exigem informações da compra, garantia de emprego a todos os trabalhadores, um programa de demissão voluntária, além de uma gratificação aos empregados – durante muitos anos, eles contribuíram para o alcance e manutenção dos produtos da DPA.
O grupo de entidades é formado pela CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins), a Felatran (Federação Latino Americana dos Trabalhadores da Nestlé), a Regional Latinoamericana da UITA (União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação) e a Fetiasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo), além do Sindicato dos Trabalhadores na Alimentação de Araras-SP e do Sindicato dos Trabalhadores na Alimentação de Garanhuns-PE.
Um ofício com pedido de reunião foi endereçado à direção da DPA. “Para aqueles que optarem por sair, exigimos os pagamentos integrais da rescisão, de acordo com os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho”, apontou Artur Bueno de Camargo.
A compra está sob análise do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) do Governo Federal, instância em que as entidades sindicais prometem se manifestar, caso não sejam atendidas. Durante a assembleia, os trabalhadores manifestaram muitas dúvidas e temores, confirmando a falta de transparência sobre a negociação.
REIVINDICAÇÕES
Na reunião com a DPA, as entidades vão exigir informações concretas e detalhadas sobre a compra das unidades. Além disso, garantia de emprego, salário e demais benefícios contidos em Acordos, ou fornecidos por liberalidade da empresa. “Outra demanda é o pagamento, a todos os empregados, de valor a título de reconhecimento por toda dedicação e esforço, que conforme amplamente divulgado tornaram a empresa lucrativa e valorizada”, prosseguiu Artur Bueno.
Da Lactalis, o compromisso exigido é com a manutenção dos direitos inscritos nos Acordos Coletivos de Trabalho firmados com a DPA. “Esperamos que a empresa não persista com as atitudes antissindicais que a marcaram, nos últimos anos. Em 2021, plena pandemia, ela se recusou a repor a inflação nos salários dos trabalhadores alegando crise, ao mesmo tempo em que se preparava para comprar novas unidades”, analisou o presidente da CNTA.
Você confere os próximos passos do processo pelo site e Facebook da CNTA.
