Tendo em vista o alto número de trabalhadores afastados no setor da alimentação, em especial dos setores de frigoríficos e bebidas, chegando a 20%, a CNTA – Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins e a CONTAC – Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação, com o apoio da União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação, realizaram uma reunião com a CNI – Confederação Nacional da Indústria, representante das empresas. A questão dos trabalhadores afastados por Covid 19, suspeita ou sequelas da mesma, está fazendo com que os trabalhadores na ativa tenham uma sobrecarga de trabalho, além de gerar um quadro de insegurança produtiva no setor.
As entidades representantes dos trabalhadores expuseram a preocupação e propuseram um canal de discussão, já que a atividade é tida como essencial, a mão-de-obra é de difícil reposição e o acúmulo de excessiva carga de trabalho para aqueles que permanecem em suas atividades tem gerado adoecimentos e problemas de diversos outros tipos. Para que as empresas possam manter a produção sem sobrecarregar os trabalhadores que estão em atividade, além de proporcionar condições seguras à eles, para que não aumente o número de afastamentos, a CNTA e a CONTAC apresentou uma pauta de reivindicações que inclui a testagem diária dos trabalhadores; afastamento dos contaminados e com suspeita; que as indústrias mantenham a produção proporcional ao percentual de trabalhadores que permanecem em atividades, não os sobrecarregando; que nenhum trabalhador que contraiu o Covid 19 ou que apresentou sintomas deve retornar ao trabalho sem antes passar pelo médico e ter a comprovação de aptidão para o retorno; que as empresas informem semanalmente para as entidades o número de empregados afastados e em atividade e também se há algum trabalhador que recusa a vacina.
A CNI apresentou uma nota técnica com uma atualização para o momento da pandemia e se colocou à disposição para analisar a pauta de reivindicações com objetivo de se aprofundar na discussão para garantir mais qualidade da produção e, ao mesmo tempo, a segurança e saúde dos trabalhadores.
“Muita gente acha que a pandemia acabou, mas os números estão aí: a média de mortos no Brasil é de cerca de 400 pessoas por dia. Os trabalhadores da alimentação desempenham serviço essencial que não pode parar um dia sequer – e estão se contaminando, enquanto a corda é esticada para aqueles que estão nas fábricas. Não pode ser assim: temos que proteger, respeitar e dar segurança e saúde aos nossos representados!”, diz o presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo.