Na mesma linha, o primeiro-ministro indiano, Arun Jaitley, anunciou na quinta-feira que as criptomoedas não têm curso legal no país e que tomará “todas as medidas para eliminar” seu uso como sistema de pagamento, em particular em atividades ilegais. Segundo Stephen Iennes, a onda de regulamentação era previsível, levando em conta que até agora “o marco regulatório na Ásia era espantoso e atraia criminosos com objetivos muito apetitosos”.
ENTUSIASMO NÃO CEDE
A regulamentação das criptomoedas também foi uma das preocupações do Fórum de Davos, realizado recentemente na Suíça, onde o ministro de Finanças britânico, Philip Hammond, pediu prudência aos governos. Já o Facebook anunciou que vai proibir a publicidade de criptomoedas em seu site para evitar fraudes. Tudo isso tem consequências para o bitcoin, a mais conhecida de todas as moedas digitais, que chegou a valer 20 mil dólares, antes de cair a menos da metade. No entanto, apesar da sua má reputação, o entusiasmo não diminui. A BitFlyer, a principal plataforma japonesa de troca de bitcoins, afirma ter mais clientes desde o roubo da Coincheck. “Muitas pessoas estão interessadas em criptomoedas, e em nossa plataforma o número de novas demandas para abrir uma conta aumentou”, disse o diretor financeiro Midori Kanemitsu. Os atores da indústria tecnológica estão convencidos de que não há volta e que, mesmo se algumas criptografia desaparecerem, outras virão substituí-las. “As fraudes acontecem. As pessoas que optam por usar esta tecnologia terão de levar em consideração o risco associado”, afirmou Ken Kawai, especialista em regulação financeira e em tecnologia de “blockchains”, que está por trás da criação das moedas digitais. À espera de mais regulação, o bitcoin, o litecoin e o ethereum também poderiam cair na mira das autoridades fiscais e atrapalhar os investidores, segundo analistas. De acordo com Hikaru Kusaka, cofundador da Blockhive, uma empresa de inovação, os consumidores vão abandonar as criptomoedas fracas e só as melhores sobreviverão. “Talvez nem todas as criptomoedas desapareçam, mas novas chegarão e haverá um processo de seleção”, indica. Fonte: Correio Braziliense