“O momento de ataque aos sindicatos, é o momento onde devemos realizar a transformação e a inclusão, dentro da nossa própria estrutura. O movimento sindical segue sem incluir de forma considerável as mulheres e a população LGBT”. A frase é da diretora da Fetiasp, Neuza Barbosa de Lima, durante o Workshop “Igualdade de gênero e sindicatos”, promovido entre os dias 5 e 7 de setembro, pela Regional Latinoamericana da UITA.
Realizado na Costa Rica, o evento reuniu sindicalistas de toda a América Latina e Caribe, e teve como foco a recém-aprovada Convenção 190 da OIT (Organização Internacional do Trabalho). O texto reconhece que a violência e o assédio “atingem mulheres e jovens de maneira desproporcional”, mas afirma que “outras pessoas pertencentes a um, ou vários, grupos vulneráveis” também são atingidas.
A análise foca o mundo do trabalho, mas para Neuza a própria estrutura sindical não passa impune. “Temos de incluir este tema na nossa agenda”, disse. Ela destacou que a UITA possui um comitê de mulheres latinoamericanas, ponto de partida para que estes debates possam atingir confederação, federações e sindicatos.
Neuza Barbosa de Lima |
LIBERTAÇÃO
O workshop também serviu para a adesão dos sindicalistas à campanha pela libertação de Rommel Herrera e todos os presos políticos em Honduras. A ação é promovida pela Regional da UITA, pelo Comitê de Parentes dos Detidos Desaparecidos em Honduras (Cofadeh) e pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Brasil (MJDH).
Durante o primeiro dia do workshop, as organizações que promoveram o evento dedicaram um espaço para informar sobre a crise de direitos humanos sofrida pelo povo hondurenho, bem como a dramática situação dos presos políticos Rommel Herrera e Gustavo Cáceres .
Também apoiaram os 7 defensores dos bens comuns de Guapinol, cujo único crime é defender os rios San Pedro e Guapinol e o Parque Nacional Montaña de Botaderos, ameaçados pela mineradora Los Pinares e que, como Rommel , estavam sendo enviados ilegalmente para uma prisão de segurança máxima.
Os mais de 30 delegados do Brasil , Costa Rica , El Salvador , Guatemala , Honduras , Nicarágua , Panamá e República Dominicana exigiram a concessão imediata de medidas alternativas à prisão, para que Rommel e Gustavo possam se defender em liberdade.