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Em reunião com Gilberto Carvalho, representante nacional dos trabalhadores das indústrias de Alimentação denuncia falta de contrapartida social e demissões em massa a partir de financiamentos e fusões

A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins) participou, nessa quinta (9/5), de audiência com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho, em Brasília. Na ocasião, a entidade, que representa 1,6 milhão de trabalhadores da categoria, denunciou a falta de contrapartida social de frigoríficos e exportadoras de suco a partir de financiamentos cedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e fusões aprovadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Uma mesa de discussão deverá ser formada em até 20 dias de acordo com o ministro.

O encontro teve como objetivo debater a pauta de reivindicações da marcha realizada no último dia 24 pela central sindical CSP Conlutas, CNTA Afins e outras entidades sindicais, que atraiu cerca de 30 mil trabalhadores na Esplanada dos Ministérios. Temas como o fim das terceirizações, a redução da jornada de trabalho para 40h semanais sem redução de salários, e o fim do fator previdenciário foram levantados na audiência. Um documento assinado pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Limeira (SP) foi entregue pela CNTA Afins, contendo o levantamento dos prejuízos a que estão expostos atualmente os trabalhadores ligados a Citrosuco, que após fusão com a Citrovita, tem demitido centenas de empregados e causado o fechamento de uma unidade em São Paulo.

Para tentar buscar a manutenção dos empregos, o  presidente da CNTA Afins, Artur Bueno de Camargo, levantou a necessidade da discussão de novas políticas para o BNDES e o CADE, que possam, de fato, propor um retorno social à classe trabalhadora.

“O ministro se comprometeu a formar dentro de 20 dias uma mesa para discutir essas questões. Outras duas mesas deverão discutir pontos como a terceirização e a precarização do trabalho. Os únicos dois temas que ele falou que no momento não será possível abrir discussão são: a derrubada do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho para 40h semanais, mas deixamos claro que iremos continuar insistindo para que esses dois pontos sejam atendidos.”, comenta Artur Bueno.

“Os frigoríficos também são outra preocupação da CNTA Afins, como o Marfrig, que vem demitindo trabalhadores, principalmente, no Rio Grande do Sul. Esse é um grupo que vem utilizando bastante dinheiro do BNDES e que está enxugando seu quadro de empregados. Conquistamos recentemente uma norma regulamentadora para os frigoríficos (NR 36/ MTE), para melhorar as condições de trabalho, mas se o setor continuar a demitir os trabalhadores e ter um grupo menor para desenvolver as atividades nas empresas,  isso vai avolumar a quantidade de tarefas, precarizando mais ainda as condições de trabalho.”, avalia.

A marcha continua

De acordo com o coordenador da central sindical CSP Conlutas, José Maria de Almeida, os pontos fundamentais da pauta de reivindicações resultante da marcha realizada na Esplanada dos Ministérios recentemente são: a luta contra a precarização do trabalho, o Acordo Coletivo Especial (ACE), e a terceirização. Outros temas importantes são a redução da jornada de trabalho, o fim da rotatividade, a reforma da aposentadoria, o fim do fator previdenciário, e a reforma agrária.

“É importante ressaltar que para que tenhamos a garantia de que o governo atenda nossas reivindicações é continuar a luta aqui fora, para que a negociação seja solucionada de forma concreta”, afirma.

Participaram ainda do encontro, representantes do Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes), da Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais (Condsef) e da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de Sao Paulo (Feraesp).

Entrevista via vídeo
http://youtu.be/wjUz6XrFIlU

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