Chapecó/SC (19.4.2018) – Foi “suada” a negociação da nova Convenção Coletiva de Trabalho – CCT para os trabalhadores da indústria do material plástico. Após intensas e exaustivas rodadas de debates entre capital e trabalho, o consenso foi alcançado. A categoria profissional terá reajuste acima da inflação, mas em percentual “baixíssimo” queixa-se o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Material Plástico de Chapecó – Stimpc, Vilson Silveira. No entanto, disse entender a situação das empresas que se deparam com dificuldades “quase intransponíveis”.
Nos últimos meses cinco empresas do setor fecharam ao portas por não resistirem a forte recessão. Uma das maiores preocupações do sindicato “é justamente a manutenção do emprego”, argumenta o dirigente sindical. A carga tributária é violenta e implacável ferindo mortalmente os empreendimentos de todas as áreas. Silveira fala não ser possível desconsiderar em uma negociação “o abusivo volume de impostos” e a falta de aplicabilidade da desoneração da folha de pagamento “que continua emperrada”.
Paralelo a isso está “a irresponsável” nova legislação trabalhista, que provocou a retirada de direitos das classes profissionais. “Menos mal” pondera, que continuam existindo “controvérsias” sobre o assunto. Silveira acredita em mudanças que devolvam ao movimento sindical a “autonomia representativa dos trabalhadores”. Uma das argumentações do governo federal para impor a reforma trabalhista era a redução do desemprego. Porém, “a falácia ruiu” já que o elevado índice de desempregados no país “se mantém inalterado”, condena. “Vivemos perigosas incertezas que exigem providências”, sugere.
É pouco, mas o possível – O aumento salarial da categoria ficou em 1,8%. Mesmo baixo o percentual é superior o INPC acumulado no período de 1.56%. A inflação “é mentirosa” por não condizer com a realidade. “O custo de vida aumenta e o poder aquisitivo cai assustadoramente” reclama, ao condenar com muita veemência “os fictícios” índices inflacionários divulgados pelo governo “que estão longe de serem reais”.
O presidente do Stimpc enfatizou que ao final houve “mutua satisfação” até por que na discussão com a categoria econômica prevaleceu o diálogo “em alto nível”. Foram definidas 47 cláusulas com manutenção de todas as sociais. Os pisos salariais ficaram em R$ 1.290,00 no setor transformação e R$1.222,00 na reciclagem. O sindicato também conquistou cesta básica mensal no valor de R$ 65,00 para todos os profissionais da categoria.
Foto: Trabalhadores não conseguiram reajuste maior em consequência de “inflação mentirosa”, diz sindicalista
Assessoria de Imprensa Stimpc