A francesa Lactalis (gigante mundial do setor de laticínios mas que mantém péssima relação com as representações dos trabalhadores), adquiriu duas unidades da DPA (Dairy Partners Americas) Nestlé/Fonterra – em Araras-SP e Garanhuns-PE. A CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação) está preocupada, e articula para manter os atuais direitos dos empregados.
“A Lactalis possui uma política radical e precária, no que toca ao relacionamento sindical. Em 2021, por exemplo, a empresa se negou a repor o índice inflacionário nas negociações coletivas, alegando dificuldades financeiras – pouco tempo depois, já está comprando unidades”, apontou Artur Bueno de Camargo.
No ano passado, a CNTA – em conjunto com a Contac CUT (Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação da CUT), a Regional Latinoamericana da UITA (União Internacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação) e demais entidades sindicais que possuem unidades da Lactalis da base, empreenderam uma grande luta pela reposição da inflação nos salários das unidades Lactalis – um ano de pandemia da Covid, e que os trabalhadores não pararam um dia sequer. “Estamos preocupados. Não podemos permitir que a Convenção Coletiva atual das unidades adquiridas junto à DPA seja depreciada, bem como a relação com os sindicatos”, apontou
O presidente da CNTA se reuniu nesta terça (13) com o presidente da Fetiasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de São Paulo), Antonio Vitor, com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Araras, Élio Costa, e com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Garanhuns, Romerio Azevedo.
As entidades decidiram pela realização de uma assembleia no dia 15 de dezembro, às 5h30, na porta da unidade de Araras – o objetivo é debater com os empregados sobre a compra e a política perversa que a Lactalis vem praticando no Brasil. “Os trabalhadores também estão bastante apreensivos com as mudanças. É preciso intervir e mobilizá-los, para unificar nossa luta em busca da garantia dos direitos conquistados”, finalizou Artur Bueno de Camargo.