Num esforço para combater os acidentes com amônia nas empresas do setor da Alimentação – destaque para frigoríficos – o presidente da CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins), Artur Bueno Júnior, reuniu-se nesta quarta (21) em Brasília com o diretor do DSST (Departamento de Saúde e Segurança do Trabalho) do Ministério do Trabalho, Rogério Silva Araújo.
O encontro foi na sede do Ministério. O dirigente sindical pediu o retorno da força-tarefa que fiscalizava a indústria frigorífica. Além disso, um encontro nacional sobre o assunto, coordenado pela pasta, envolvendo representações de trabalhadores e patronais. Araújo se comprometeu a encaminhar o pleito.
“O número de acidentes com amônia envolvendo trabalhadores aumentou cinco vezes em 2023. Foram 22 ocorrências no ano passado”, afirmou o representante da CNTA. Os dados são do Observatório de Saúde e Trabalho no Agronegócio (ObAgro).
Também participaram do encontro em Brasília o presidente da Contac (Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores da Alimentação da CUT), Josimar Cecchin, e o assessor da UITA (União Internacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação), Roberto Ruiz.
Artur Bueno Júnior lembrou que a NR-36 (Norma Regulamentadora) disciplina o uso da amônia, mas isto tem sido negligenciado pelas empresas. “Temos um acidente com vítima a cada 17 dias, por conta dos vazamentos de amônia nas empresas. O não cumprimento das diretrizes das normas, a precarização nos investimentos em prevenção de acidentes e a própria política de manutenção das fábricas são fatores para o aumento das ocorrências”, relatou.
Utilizada com intensidade no setor de Frigoríficos, a amônia é utilizada também em cervejarias, fábricas de refrigerantes e laticínios. Os danos causados pela exposição, no entanto, são graves – desde a tosse convulsiva até a congestão pulmonar, com dificuldades e dores para a respiração. O quadro pode levar à morte, e no caso das gestantes à perda do feto.