Apesar de estarmos longe de uma igualdade racial no Brasil, consigo enxergar alguns avanços importantes que me despertam um certo grau de otimismo e a convicção de que a luta do povo negro precisa continuar – e vale a pena. Um desses exemplos é o pedido de perdão, da presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, ao povo negro, uma vez que a instituição atuou durante a escravidão, no tráfico de pessoas.
Precisamos cobrar mais políticas públicas de igualdade racial e de oportunidades, além do combate incessante à discriminação. São necessárias, ainda, ações para desmistificar posicionamentos como o do deputado bolsonarista, negro, Hélio Lopes do PL RJ, que é contra a criação de políticas públicas voltadas à reparação histórica aos descendentes da população escravizada.
Penso que todos nós precisamos refletir e vigiar, para não permitirmos que os defensores do capitalismo mais perverso no Brasil, com o objetivo de, simplesmente, lucrar, usem as pessoas negras de forma demagógica, para, falsamente, demonstrar que apoiam os movimentos organizados contra a discriminação racial quando, na verdade, só querem explorar e faturar.
Na minha modesta opinião, todos nós temos uma dívida com o passado que escravizou a população negra. Além de nossas desculpas, precisamos apoiar e participar dos movimentos pela reparação histórica dos descendestes da população escravizada e das lutas pela igualdade racial.
Artur Bueno de Camargo – Presidente da CNTA