O Transporte Coletivo e a Segurança
Artur Bueno de Camargo
Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins
(CNTA Afins) e vice-presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do
Estado de São Paulo
Todas as vezes que deparamos com os ônibus que fazem o transporte coletivo urbano, seja em nossa cidade de Limeira, ou em outras cidades brasileiras, inclusive nas grandes capitais, constatamos uma super lotação, com um grande número de passageiros em pé, muitas vezes, com crianças no colo e outras agarradas, literalmente a um adulto.
Perguntas que não querem calar! Se para aqueles que utilizam o transporte
particular, em nome da segurança, é obrigatório o uso do cinto de segurança e de cadeirinhas
apropriadas para as crianças de até, aproximadamente sete anos, por que estas mesmas
exigências não são feitas com relação aos usuários do transporte coletivo urbano? A segurança
para eles é diferente?
Na nossa avaliação, a maioria das pessoas que foram eleitas, para exercerem cargos públicos, deixa de atuar com base no princípio de que devem proporcionar bem estar, com segurança, para toda a sociedade, principalmente, para aqueles que dependem das políticas públicas para se locomoverem, para cuidarem da saúde, para darem educação aos seus filhos e para terem lazer com a família.
Relembramos que todas as manifestações das ruas, cujo foco inicial foi a redução dos valores do transporte público (com qualidade), fizeram com que os Poderes Públicos Municipais, Estaduais e Federal tomassem algumas atitudes de urgência.
Entretanto, as ações tomadas de forma totalmente descoordenada, apenas tiveram o condão de “abafar” o movimento, demonstrando a clara intenção de não colocar em discussão, com profundidade, as questões referentes às desigualdades de condições existentes em nossa sociedade, seja quanto à segurança no transporte, à saúde e à educação.
Sabemos que a expectativa de vida está crescendo em nosso país, e com isso o governo vem se vangloriando com as estatísticas que demonstram o aumento da média de vida do brasileiro. Ora, esta é mais uma razão para cobrarmos políticas públicas que proporcionem condições de vida com dignidade, para toda a sociedade, independentemente da idade e da situação econômica de cada cidadão.
A Constituição da República Federativa do Brasil afirma que todos são iguais, portanto, é dever do governo cumprir a Lei Maior e garantir, a todos os cidadãos, condições dignas de vida, em especial nos espaços urbanos que são utilizados por todos os cidadãos.
Portanto, mais uma vez queremos parabenizar aqueles que têm feito manifestações contra a inoperância dos governos, cobrando políticas públicas que atendam as necessidades de toda a sociedade.