A violência contra as mulheres tem crescido nos últimos anos e os meios de comunicação têm divulgado de forma ampla as notícias dos mais diversos casos de feminicídios, estupros, agressões domésticas, físicas e psicológicas, e apenas essa constatação empírica já deveria ser o suficiente para que os governos, em todos os níveis, priorizassem investimentos com políticas de proteção e prevenção para as mulheres. Não são apenas as notícias que mostram esse quadro.
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública afirma que entre março de 2020, início da pandemia, e dezembro de 2021, foram registrados 2.451 casos de feminicídios e 100.398 casos de estupros, de mulheres de todas as idades, inclusive menores de idade, no Brasil.
Ainda assim, infelizmente, o presidente Jair Bolsonaro parece não se preocupar com essa violência crescente, já que durante seu governo a verba para combater e prevenir a violência contra mulheres foi reduzida em quase 90%!
Em 2020, a verba destinada ao Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, foi de R$ 100,7 milhões. No primeiro orçamento elaborado por Jair Bolsonaro, este valor foi reduzido para R$ 30,6 milhões. Já para este ano a verba é de apenas R$ 9,1 milhões, de acordo com dados da pasta. Em comparação com o ano de 2020, a defasagem de investimento chega a 90%.
O Instituto de Estudo Socioeconômico – INESC disse que nas “Casas da Mulher Brasileira”, que fazem o atendimento às vítimas, o corte na verba pode prejudicar o acompanhamento das mulheres que, muitas vezes, precisam ser afastadas do agressor e não tem para onde ir.
A assessora de política do INESC, Carmela Zigoni, afirma que deveria haver mais investimentos para reduzir o número de violência contra a mulher e que o atual governo adota uma política de desmonte da estrutura de combate à violência contra a mulher.
É lamentável que o governo Bolsonaro, além de promover violência com discursos machistas, corte este tipo de investimento. É inadmissível e a sociedade precisa estar a par desses dados!
Artur Bueno de Camargo – Presidente da CNTA