Realizamos na quinta-feira, dia 24, a primeira de uma série de manifestações dentro da campanha “A Carne Mais Barata do Frigorífico é a do Trabalhador”, que foi lançada no dia 18 de agosto pela CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação), Contac CUT (Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação da CUT) e a UITA (União Internacional dos Trabalhadores). É o início do acirramento de ações que pretendem sensibilizar a sociedade para a séria questão da contaminação de Covid-19 entre trabalhadores de frigoríficos. E também para tentar despertar a direção e acionistas de empresas de frigoríficos, em especial a JBS, que faturam bilhões e se negam a olhar para seus funcionários quando o assunto é segurança, prevenção e saúde.
O ato da semana passada foi diante da Bolsa de Valores de São Paulo e reuniu representantes de trabalhadores de vários estados do Brasil. As ações das empresas de frigoríficos vêm tendo altas consecutivas durante a pandemia, já que a produção de alimentos é considerada atividade essencial – mas boa parte dessa produção tem sido exportada, sendo que o preço da carne no Brasil vem subindo, e os trabalhadores são pressionados para manterem a produção cada vez maior, ao custo da própria saúde. Não há testagem, não há equipamentos adequados, não há insumos suficientes para prevenção – além do distanciamento mínimo que não está sendo respeitado. As representações sindicais de trabalhadores já deram alternativas para as empresas, mas a falta de atenção e sensibilidade dos patrões, em detrimento da ganância pelo lucro, é total.
Nos perguntamos: porque empresas que lucram tanto não dão atenção aos seus trabalhadores? Será que é porque vivemos uma crise com milhões de desempregados e as empresas veem seus trabalhadores como meros números que podem ser substituídos? Por que não atender às reivindicações, que são básicas, e contribuir com a sociedade?
Não temos outra resposta que não seja a ânsia cada vez maior pelo lucro – e isso mostra como o capitalismo é predatório e está acabando com vidas.
Vamos realizar outros atos e manifestações. Nossa campanha está ganhando cada vez mais a adesão de pessoas nas redes sociais. A imprensa está se mostrando sensível à nossa cobrança – as empresas vão ter que olhar com mais atenção para os trabalhadores, se quiserem continuar produzindo.
Nós não vamos parar!
Artur Bueno de Camargo – Presidente da CNTA.