Artur Bueno de Camargo – ao site da Rel. UITA
Sou brasileiro, não voto na Argentina, mas me sinto no dever de transmitir aos eleitores e eleitoras argentinas, um pouco da experiência que vivemos em nosso país, após o golpe que a presidente Dilma Rousseff sofreu.
Assumiu a Presidência da República o vice-presidente de Dilma, Michel Temer, que, imediatamente, articulado por parlamentares de extrema direita, promoveu uma reforma trabalhista, de enfraquecimento e destruição das representações sindicais de trabalhadores e das organizações civis. Em dois anos foram destruídas as conquistas de décadas de muita luta.
A política de destruição de direitos da classe trabalhadora e enfraquecimento de suas representações despertou grande interesse nos defensores do Estado mínimo, sem representações fortes, sem fiscalização, para serem atendidas as suas ganas de ganância pelo lucro, a qualquer custo.
Para atender os interesses dos gananciosos, detentores do capitalismo selvagem, precisava-se de um nome com este perfil. Encontraram, então, um tal de Jair Messias Bolsonaro, que durante 30 anos exerceu o cargo de Deputado Federal pelo estado do Rio de Janeiro, sem nenhuma expressão, muito menos trabalho, entretanto, defendia a ditadura, negava que em 1964 o Brasil havia sofrido o golpe, defendia o estado mínimo, as privatizações, era contra a ciência e a favor de todo mal que pudesse causar às pessoas mais pobres, especialmente às mulheres.
Para eleger Bolsonaro presidente, porém, era preciso tirar uma liderança da disputa, que era o então ex presidente, Lula. Dessa forma, através de uma farsa da justiça, prenderam Lula, sem sequer apresentar provas.
Bolsonaro ganhou as eleições e a população brasileira, especialmente a classe mais pobre, sofreu todos os tipos de ataques, até mesmo contra suas vidas.
O Brasil, proporcionalmente, foi o país que mais teve mortes pela pandemia causada pelo COVID-19, ultrapassando 700 mil mortos, pois Bolsonaro se negou e incentivou os brasileiros a não se vacinarem.
O Brasil, que sempre foi um país exemplar em vacinação, teve parte da população motivada pelo então presidente a criar uma frente contra a vacina.
BOLSONARO E MILEI
Se fizermos uma breve comparação entre o ex-presidente Bolsonaro e o candidato à presidência da Argentina, Javier Milei, a semelhança é evidente.
Além de inconsequentes, são a favor da privatização, do porte de armas, liberalismo econômico e, Milei já chegou até a falar até sobre ser a favor da venda de órgãos e crianças. Embora ele tenha ponderado seu discurso, não abandonou a sua teórica agressiva.
Portanto, irmãos e irmãs argentinos, não cometam o mesmo erro que a maioria dos brasileiros cometeu na eleição para Presidência em 2018, pois, embora tenhamos conseguido eleger o Presidente Lula novamente, em 2022, não está fácil reconstruir o país da destruição que Michel Temer e Bolsonaro causaram em 6 anos.
Sérgio Massa é neste momento, é a alternativa para impedir que a Argentina, este país maravilhoso, de uma população fantástica, sofra as destruições que o Brasil sofreu e ainda está sofrendo as consequências.