Artur Bueno Junior – vice-presidente da CNTA
“Unidade, o enorme desafio do movimento sindical brasileiro”
Discurso de abertura no seminário organizado pela Contac-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação), no último dia 13, em Serafina Corrêa-RSGerardo Iglesias (
“Podemos fazer parte de organizações diferentes e até mesmo, algumas vezes, termos critérios diferentes, porém sempre tive e terei uma grande admiração pelo Siderlei (Oliveira), pela forma como ele lida com as questões sindicais e pelo seu trabalho dedicado à saúde e à segurança de todos os trabalhadores e trabalhadoras do setor da alimentação.
É muito importante para a CNTA estar participando tanto deste seminário como do dia de posse da nova diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação dessa cidade. O debate apresentado aqui não poderia ter chegado em melhor hora, porque a questão da democracia no Brasil tem que ser colocada sobre a mesa.A democracia está em risco no país?
Se as organizações sindicais, sociais e populares não defenderem a democracia, aí sim ela estará em risco, sim. Porque a democracia passa a estar em risco a partir do momento em que se ganha uma eleição graças a fraudes, a mentiras, a fake news. Passa pela forma de governar de Jair Bolsonaro, que o faz desprezando não só as organizações sindicais, mas todas aquelas que tenham um vínculo social, contribuindo para o enfraquecimento das instituições democráticas.
Temos um Congresso Nacional que deveria ser uma garantia para a democracia, mas que se encontra fragilizado, em muitos casos corrompido; um Poder Judiciário que deveria cumprir a Constituição, mas que age ao seu bel-prazer.Os desafios das organizações sindicais
Por outro lado, os desafios do movimento sindical brasileiro não são poucos. Como disse Siderlei, este é um momento histórico porque conseguimos unificar objetivos dentro de nossas confederações, um antigo anseio. O maior desafio que temos hoje é a unidade, deixando de lado os personalismos e as coisas que nos afastam para focar nos objetivos comuns e, a partir daí, coordenar ações para alcançá-lo.
A parte mais difícil é convencer o próprio dirigente sindical. Somente em unidade poderemos combater esses ataques contra a classe trabalhadora. Estou aqui hoje para reafirmar a necessidade de conjugar ações.”