Não sou apicultor, nem especialista em definir os males que causam os agrotóxicos utilizados pelos pecuaristas nas pulverizações; trabalhei na agricultura familiar, quando não eram utilizados estes produtos tóxicos, que na verdade são venenos.
Mas tenho acompanhado através da imprensa a luta dos apicultores para salvar as abelhas de um desses agrotóxicos, um veneno específico que é considerado mortal para elas, de nome Fipronil. Proibido na maioria dos países, inclusive na Europa, o Fipronil continua a ser utilizado no Brasil.
Especialistas revelam a gravidade da utilização desse produto, alertando para a perda de milhares de colmeias, em vários estados do país, em decorrência do uso do Fipronil nas imediações. Essas perdas, porém, não significam “apenas” uma redução na produção de mel. As abelhas fazem parte de um grupo de polinizadores com função fundamental na produção de alimentos e na preservação da biodiversidade. Elas são responsáveis pela polinização de mais de 70 das 100 espécies de vegetais que fornecem 90% dos alimentos para um planeta habitado por mais de 7 bilhões de pessoas, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), de junho deste ano.
Nesse cenário, os apicultores brasileiros têm travado uma grande luta nos estados, com alguns avanços tímidos, na proteção de suas colmeias. Porém, o ideal seria uma Lei Federal que proibisse a utilização do agrotóxico Fipronil, tão mortal para as abelhas. Aliás, estudos recentes que o agrotóxico também tem impactos ambientais e contamina peixes.
A deficiência nas estruturas para uma fiscalização mais consistente no controle de agrotóxicos é um problema que se arrasta, mas se queremos preservar a natureza, e garantir vida saudável para todas as espécies, seja ela humana ou não, precisamos eleger para nos representar em todas as instâncias, pessoas comprometidas com as causas do bem estar de todas as vidas.
E um grande viva às abelhas!
Artur Bueno de Camargo – Presidente da CNTA Afins