A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) abriu um canal de negociação com as entidades representativas dos trabalhadores para debater as condições nos frigoríficos durante a pandemia de Coronavírus. A abertura para o diálogo acontece dias depois das entidades deflagrarem duas campanhas, uma internacional, chamada “A Carne mais barata do frigorífico é a do trabalhador”; outra nacional, pela troca de máscaras em frigoríficos. O objetivo de ambas foi estabelecer medidas seguras de distanciamento físico entre os trabalhadores nas indústrias, a testagem em massa dos empregados, o fornecimento de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), o reconhecimento do risco que os trabalhadores correm com as atuais condições e também a valorização desses trabalhadores, que desenvolvem atividade essencial.

Uma reunião, marcada para o dia 9 de setembro, vai reunir a CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins), a Contac CUT (Confederação Brasileira dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação da CUT) e a UITA (União Internacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação) com representantes dos frigoríficos.

“A abertura para a negociação é o fruto da pressão social exercida pelos trabalhadores. Os frigoríficos perceberam que só têm a perder com a intransigência”, analisou o presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo. “As empresas ampararam-se nos protocolos equivocados do governo federal, mas estão percebendo o impacto negativo das medidas na sociedade, bem como os números de infectados pela Covid-19” conclui.

Amanhã (28) as entidades sindicais reúnem-se virtualmente para falar sobre as negociações abertas pela ABPA. A ABPA, por sua vez, vai levar as reivindicações dos trabalhadores para o conselho de representantes de frigoríficos em reunião no dia 3 de setembro.

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