ABPA fará reunião com sindicatos para tratar da Covid-19 em frigoríficos

Cleyton Vilarino – 03/09/2020

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) aceitou se reunir com representantes da Confederação nacional dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação e Afins (CNTA) e da Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação da CUT (Contac) para discutir as reivindicações dos sindicatos relacionadas às medidas de prevenção e controle da Covid-19 em frigoríficos. O encontro ocorrerá de forma virtual na próxima quarta-feira (09/09).

De acordo com o presidente da CNTA, Artur Bueno Camargo, as entidades entregaram um documento com três reivindicações à ABPA na última segunda-feira (31/8): testagem em massa dos trabalhadores antes da reabertura de unidades fechadas por conta de focos da doença, fornecimento de máscaras adequadas e com troca diária e a redução do número de trabalhadores dentro das unidades a partir da reorganização dos turnos de trabalho.

“Esses três pontos pra nós são essenciais e a gente tem urgência em tentar realmente resolver”, aponta Camargo. As propostas estão sob análise do Conselho da ABPA esta semana. Das três medidas defendidas pelos sindicatos, pelo menos duas foram adotadas por frigoríficos nas últimas semanas.

Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, a Aurora anunciou a testagem em assa de seus trabalhadores após acordo com o Ministério Público do Trabalho. Nacionalmente, a BRF revisou o Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o órgão no início da pandemia, passando a incluir o fornecimento de máscaras PFF2 no lugar das de tecido, com troca periódica do equipamento. “Nesses pontos acho que houve, sim, um avanço. Mas tudo isso ainda é insuficiente e não isenta o frigorífico de fazer um sistema de trabalho que reduza a aglomeração”, destaca Camargo.

Segundo ele, a maior abertura das empresas em negociar medidas mais protetivas aos trabalhadores durante a pandemia está ligada ao endurecimento dos sindicatos, que lançaram uma campanha internacional para denunciar o aumento do número de casos no Brasil. Caso as negociações não avancem, ele afirma que a orientação é intensificar a campanha.

“Se essa negociação avançar, nós podemos entender que não é mais motivo para acirrar a campanha. Mas se não avançar, vamos ter que continuar pressionando porque não dá mais pra ficar esperando o bom senso das empresas”, conclui Camargo.

Fonte: Globo Rural, 03 de setembro de 2020.

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